Impacto do uso incontrolável das redes sociais na vida do ser humano (sob o aspecto da Saúde Psiquiátrica)
Passar grande parte de seu tempo diário conectado com as mídias sociais possuem um impacto negativo ou positivo sobre a qualidade de vida das pessoas.
Dois estudos recentes realizados nos Estados Unidos demonstraram que ficar ligado por grande parte do tempo às mídias sociais de forma que a pessoa sinta uma vontade incontrolável de retornar à mesma após ter se desconectado dela (mídia social) é um péssimo prognóstico, pois pode ser um fator causal da incidência de depressão e suas consequências.
As pesquisas demonstram que ficar ligado por muito tempo e ter dificuldade de conviver sem as mídias sociais, leva à solidão, ao isolamento social, à Depressão.
Os dois estudos que resumo abaixo explicam esta questão e demostram que se trata de um problema que causa um impacto negativo na qualidade de vida da pessoa.
Primeiro estudo suspenção do uso do Facebook por 30 dias.
O primeiro estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Stanford e Nova York avaliou o impacto sobre um grupo de 3.000 Usuários da rede Facebook ao abandonar completamente esta rede por um sem pôr um mês.
Mil usuários regulares do Facebook foram avaliados da seguinte forma: metade dos usuários foi solicitado que desligassem -se da rede por um mês e o segundo grupo que se mantivesse como já vinha fazendo pelo mesmo período.
Os resultados foram que as pessoas que permaneceram afastadas durante um mês da rede Facebook, experimentaram benefícios, incluindo melhor bem-estar e aumentaram as atividades cotidianas que haviam abandonado ou reduzido com o passar tempo com a família e amigos.
O estudo descobriu que os maiores efeitos de bem-estar geram satisfação com a vida, diminuição na ansiedade e aumento da felicidade.
Os autores estimam que a desativação do Facebook aumentou o bem-estar subjetivo em cerca de 25 a 40 por cento na vida deste grupo que se desconectou da rede durante o período da pesquisa em comparação com a vida das pessoas do grupo controle aqueles 1.500 participantes que continuaram com o uso cotidiano das redes sociais.
Os autores concluíram que o uso sistemático das redes sociais é um fator para perda da qualidade de vida do indivíduo, seu isolamento social é um fator para predisposição de Transtornos Psiquiátricos ligado ao estado do humor como a depressão e a ansiedade e um fator predisponente ao suicídio.
O segundo estudo avalia a redução do uso das reses sociais para 30 minutos ao dia
Um segundo estudo recente da Universidade da Pensilvânia analisou o impacto da limitação do uso das mídias sociais.
A pesquisa foi realizada com 143 estudantes de graduação e monitorou o uso das o uso de mídias sociais durante uma semana.
Os alunos foram então aleatoriamente designados para continuar o uso da mídia social como de costume por mais três semanas ou limitar o uso do Facebook, Instagram e Snapchat a 10 minutos por dia.
Após as três semanas, o grupo com uso limitado teve reduções significativas na incidência da solidão e depressão em relação ao grupo controle. Ambos os grupos mostraram diminuição na ansiedade.
Os autores concluíram que o estudo sugere fortemente que limitar o uso da mídia social tem um impacto direto e positivo no bem-estar, especialmente na diminuição da incidência da solidão e depressão.
Destes dois estudos podemos concluir que o uso excessivo de forma dependente onde há comprometimento das relações sociais, de família, de trabalhem em função da redes sociais causam um sério risco ao indivíduo, seja no aspecto da qualidade de vida, seja no aumento do Transtorno depressivo e aos ligados à ansiedade. Porém, seu uso equilibrado e consciente sem permitir que se tornem uma dependência não implica nestes riscos o de isolamento social, aumento na taxa de suicídio, depressão, ansiedade, pânico, problemas no âmbito familiar. Desta forma, estes estudos não desmotivam seu uso mais demonstram que o uso das redes sociais deve ser equilibrado e consciente.
Dr. Fernando Augusto Carneiro Pinto
Médico Psiquiatra – Equipe Cognitivamente