Testes genéticos para escolha do tratamento da Depressão

Os testes genéticos para determinação da melhor medicação para o tratamento da depressão tem sido um tema que tem surtido muita curiosidade na população.

Eles existem? Estão presentes no Brasil? Tem comprovação científica?

 A resposta é que eles existem e estão presentes no Brasil.

De acordo com a literatura atual, após várias revisões de especialistas apontam que as evidências ainda não mostram que o teste genético é eficaz na melhoria das escolhas de medicação psiquiátrica.

A questão é que estes testes estão baseados na genética do paciente, porém os distúrbios depressivos são compostos de vários fatores que contribuem para a depressão. 

Os genes determinam apenas uma pequena porcentagem do risco de doença depressiva ou da resposta à medicação. Idade, estilo de vida, estado geral de saúde, sintomas psiquiátricos e gravidade e condições concomitantes são fatores mais importantes na resposta à droga para o tratamento do paciente depressivo.

Com intuito de se saber até onde são válidos esses tipos de testes a Associação Americana de Psiquiatria criou um grupo de estudo para responder esta questão ao qual se conclui que os testes laboratoriais para determinação da droga a ser utilizado no tratamento de um indivíduo em estado depressivo não podem ser considerados como válidos e nem devem ser utilizados uma vez que se baseiam em possíveis gens relacionados à depressão, pois ainda não há como se afirmar se tais gens são os responsáveis pela predisposição maior ou menor de um indivíduo à depressão e ainda deixam de lado os fatores acima citados como: idade, estilo de vida, estado geral de saúde, sintomas psiquiátricos e gravidade e condições concomitantes.

Além disso, não são todos os casos de depressão que possuem correlação genética.

Desta forma, tais testes não devem ser usados na determinação da droga a ser usada na depressão.

A droga a ser usada na depressão deve ser baseada na avaliação global do indivíduo em seu contesto biopsicossocial e essa avaliação deve ser feita por um profissional médico.

Autor: Dr. Fernando Augusto Carneiro Pinto

Médico Psiquiatra da equipe Cognitivamente.

Posts Similares